sexta-feira, 24 de setembro de 2010

O Anjo Mais Velho

"O dia mente a cor da noite
E o diamante a cor dos olhos
Os olhos mentem dia e noite a dor da gente"
Enquanto houver você do outro lado
Aqui do outro eu consigo me orientar
A cena repete a cena se inverte
Enchendo a minh'alma d'aquilo que outrora eu deixei de acreditar
Tua palavra, tua história
Tua verdade fazendo escola
E tua ausência fazendo silêncio em todo lugar
Metade de mim
Agora é assim
De um lado a poesia, o verbo, a saudade
Do outro a luta, a força e a coragem pra chegar no fim
E o fim é belo incerto... depende de como você vê
O novo, o credo, a fé que você deposita em você e só
Só enquanto eu respirar
Vou me lembrar de você
Só enquanto eu respirar

O Teatro Mágico

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Casa Pré-fabricada

Abre os teus armários, eu estou a te esperar
Para ver deitar o sol sobre os teus braços, castos
Cobre a culpa vã, até amanhã eu vou ficar
E fazer do teu sorriso um abrigo
Canta que é no canto que eu vou chegar
Canta o teu encanto que é pra me encantar
Canta para mim, qualquer coisa assim sobre você
Que explique a minha paz
Tristeza nunca mais
Mais vale o meu pranto que esse canto em solidão
Nessa espera o mundo gira em linhas tortas
Abre essa janela, a primavera quer entrar
Pra fazer da nossa voz uma só nota
Canto que é de canto que eu vou chegar
Canto e toco um tanto que é pra te encantar
Canto para mim qualquer coisa assim sobre você
Que explique a minha paz
Tristeza nunca mais

Los Hermanos

terça-feira, 21 de setembro de 2010

O beijo sem vida

Olhou para o rosto sem vida, e então beijou a boca do seu melhor amigo, Rudy Steiner, com suavidade e verdade. Ele tinha um gosto poeirento e adocicado. Um gosto de arrependimento á sombra do arvoredo e na penumbra de coleçao de ternos do anarquista. Liesel o beijou demoradamente, suavimente, e, quando se afastou, toucou-lhe a boca com os dedos.

Markus Suzak - A menina que roubava livros 


quinta-feira, 16 de setembro de 2010

A sacudidora de palavras

Um dia, porém, ela conheceu um homem que era desprezado por sua pátria, embora  tivesse nascido nela. Os dois se tornaram bons amigos e, quando o homem adoeceu, a sacudidora de palavras deixou uma única lágrima cair sobre o rosto dele. A lágrima era feita de amizade – um a só palavra – e secou e se tornou uma semente e, ao voltar à floresta na vez seguinte, a menina plantou essa semente entre as outras árvores. Regou-as todos os dias.


A menina que roubava livros - Markus Zusak

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

A Menina, e o Giz

Era de se alegrar em ver o sol iluminado o seu vestido xadrez
E em ver que todas as tardes jogavam-se as pedras e contava os passos
Passos contados, e as mãos oculpadas segurando o giz.
O giz em que a menina desenhava o sol, para que a chuva não caisse
E quando caia, com o giz tudo novamente se acendia

Era com o seu giz que ela invetava no chão do parque
Seus romances, suas histórias e mentiras.
Era como se seus sonhos estivessem no mas perto da realidade
Pois a menina não precisava saber que esse mundo em que nós vivemos anda tão hostil.

Wagner Cardaccio' 7 de Setembro de 2010

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Ulgumas palavras da morte

O ser humano não tem um coração como o meu. O coração humano é uma linha, ao passo que o meu é um círculo, e tenho a capacidade interminável de estar no lugar certo na hora certa. A conseqüencia disso é que estou sempre achando seres humanos no que eles têm de melhor e de pior. Vejo sua feirúra e sua beleza, e me pergunto como uma mesma coisa pode ser as duas. Mas eles tem uma coisa que eu invejo. Que mais não seja, os humanos têm o bom senso de morrer.


 A menina que roubava livros - Markus Suzak